segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A filosofia da Grécia clássica ao helenismo

SOFISTAS
Os mestres da argumentação.

    Na Grécia antiga,o período pré-socrático foi dominado, em grande parte, pela investigação da natureza. Consistia na busca de explicações racionais tinha, um sentido cosmológico. consistia na busca de explicações racionais para o universo manifestando-se na procura de um princípio primordial de todas as coisas existentes (a arché) de todas as coisas existentes.
  Seguiu-se a esse período uma nova fase filosófica, caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas relações políticas do homem com a sociedade. Essa nova fase foi marcada, pelo inicio, pelos sofistas.
    Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, dava aulas de eloquencia e de sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso nos negócios públicos e privados.


    O momento histórico vivido pelo mundo grego favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas politicas e intenso conflito de opiniões nas assembleias e, muitas vezes, fazer prevalecer seus interesses individuais e de classe.
    As lições dos sofistas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento da argumentação da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam em fim, todo um jogo de palavras, raciocínio e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. Essas características dos ensinamentos dos sofistas favoreceram o surgimento de concepções filosóficas relativistas sobre as coisas. Para o relativismo, não há uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao individuo, ao momento histórico, a um conjunto de fatores e circunstâncias de uma sociedade.

Nem heróis nem vilões

    Etimologicamente, o termo sofista significa "sábio". Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de "impostor" , devido, sobretudo, as críticas de Platão, cujo pensamento.
    Desde então se considerou a sofistica, isto é, a arte dos sofistas, apenas uma atitude viciosa do espirito, uma arte uma arte de manipular raciocínios de produzir o falso, de iludir os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade.
    Verdade em grego, diz-se aletheia e significa a manifestação daquilo que é, não-oculto. Aletheia se opõe a pseudos que significa o falso, aquilo que se esconde, que se ilude. Os sofistas parecem não buscar a aletheia; se contentam com pseudos. Tanto assim, que usa a palavra sofisma, derivada de sofista.

PROTÁGORAS DE ABDERA:
o homem como medida

    Nascido em Ardera, cidade litorânea entre a Macedônia e a Trácia, Protágoras (480 – 410 a. C.) é considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, tendo como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem de que o homem é a medida de tudo o que existe.
    Conforme essa concepção, todas as coisas são relativas às disposições do homem, isto é, o mundo é o que o homem constrói e destrói. Por isso não haveria verdades absolutas. Toda verdade seria relativa a um determinado homem, grupo de homens ou sociedade.
    A filosofia de Protágoras sofreu críticas em seu tempo por dar margem a um grande subjetivismo: tal coisa é verdadeira. Assim, qualquer tese poderia ser encarada como falsa ou verdadeira, dependendo do ponto de vista de cada pessoa.



           
GÓRGIAS DE LEONTINI:
 grande orador
 
    Considerado um dos maiores oradores da Antiguidade, aprofundou o subjectivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.

SÓCRATES DE ATENAS
o poder das perguntas decisivas

    Conta-se que Sócrates era filho de um escultor e de uma parteira. Uma dupla herança que, simbolicamente, o levou a esculpir uma representação autêntica do homem, fazendo-o dar à luz suas próprias idéias.
O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas, embora não “vendesse” seus ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas, conversando com os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta ao pensamento.


A IRONIA

    Na linguagem cotidiana, a palavra ironia tem um significado depreciativo ou de zombaria. Mas não é esse o  sentido da ironia socrática, no grego ironia quer dizer "interrogação" .

A MAIÊUTICA

    O objetivo de Sócrates era ajudar seus discipulos a conceberem suas próprias idéias. Assim transportava para o campo o exemplo de sua mãe  Faraneta, que, sendo parteira, ajudava a trazer  crianças ao mundo. Por isso essa face do diálogo socrático, destinada a concepção de idéias, era chamada maiêutica, termo grego que significa "arte de trazer luz".


PLATÃO DE ATENAS DAS APARÊNCIAS AO MUNDO DAS IDÉIAS

    Nascido em Atenas, Platão (427-347 a.C.) pertencia a uma das mais nobres famílias atenienses. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas, devido a sua constituição física, recebeu o apelido de Platão, termo grego que significa “de ombros largos”.
     Platão foi discípulo de Sócrates, a quem considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”. Depois da morte de seu mestre, empreendeu inúmeras viagens, num período em que ampliou seus horizontes culturais e amadureceu suas reflexões filosóficas.
     Por volta de 387 a. C. retornou a Atenas, onde fundou sua própria escola filosófica, a Academia,assim chamada por estar no jardim do herói grego Academos.

TEORIA DE IDÉIAS

    Um dos aspectos mais importantes da filosofia de Platão é sua teoria das idéias, com a qual procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo de conhecimento humano se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das sombras e aparências para o mundo das idéias e essências
    A teoria das idéias de Platão representa a tentativa de conciliar as duas correntes anteriores: a concepção do ser eterno e imutável de Parmênides e a concepção do ser plural e móvel de Heráclito. Para Platão, o ser eterno e universal habita o mundo da luz racional, da essência e da realidade pura. E os seres individuais e mutáveis moram no mundo das sombras e sensações, das aparências e ilusões.

   

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